Mais uma noite em que o sono não me vem, terei que passar a noite olhando para o teto ou então escrevendo aqui, sem dúvidas prefiro escrever.
Escuto o som de uma conversa que vem da rua, um casal de namorados descute a relação pela madrugada a fora, me esgueiro na varanda para tentar ouvir a conversa, nenhuma novidade, ela o pegou com a sua melhor amiga, a conversa ficou monótona então voltei a refletir.
Lembrei de tudo o que vi e ouvi ao longo de mais um sábado, um grilo canta na janela fazendo uma serenata para cortejar sua amada, será que essa prova de amor vai ser correspondida? Só o que me faltava agora era encontrar um grilo que sofre de amor, pois assim teria a certeza de que esse sentimento é realmente cruel e avassalador quando sem pedir licença nos prende em sua teia venenosa.
Pingos de chuva começam a se precipitar no chão, o vento venta balançando a cortina, fecho a janela para evitar uma inundação, começo a ouvir a orquestra que a chuva faz quando cai no telhado, não sei por que mas lembro da escola, dos meus amigos, dos professores e de todo aquele ambiente de que me despeço esse ano. Vai ser difícil não precisar mais ir ao colégio, mas é a vida, preciso amadurecer, criar meus caminhos, ter minhas posses, conhecer alguém para chamar de "minha". Agora é que minha vida vai começar de verdade, pois só agora vou realmente pisar com meus próprios pés na estrada da vida e não mais ser carregado na cacunda de meus pais.
As nuvens se chocam provocando trovões que reluzem clariando momentaneamente o céu e estremecendo meu coração. Odeio trovões. Eles me lembram a fúria do homem, na qual eu temo, pois sei que ela reina dentro de mim também e me faz ter atitudes precipitadas, não pensadas e repensadas. A orquestra da chuva agora recebe o apoio do estrondo dos raios e eu me recolho a cama para tentar dormir, amanhã é domingo e quero aproveitar o dia. Mais uma madrugada sem sono se vai e muitas reflexões ficam para salientar meus pensamentos.
BOA NOITE...
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